Insônia

É preciso dormir
Mas há o balançar do incensário
E a lembrança daquele cenário
Em que, tola, deixei-me ruir
Ah! É preciso dormir
Mas o som da ferrovia
Tal qual se fosse poesia
Faz rima que posso ouvir
Sim, é preciso dormir
Mas há assuntos inacabados
Poemas não terminados
E aquele demônio a sorrir
Eu sei, é preciso dormir
Mas a alma não algemada
Vagueia toda a madrugada
Acabou, mais um dia por vir
